Páginas

domingo, 23 de novembro de 2014

PIERRE LÉVY E A CIBERCULTARA.


QUESTIONÁRIO SOBRE AS IDEIAS DE PIERRE LÉVY EM RELAÇÃO AO LIVRO CIBERCULTARA.

1-Qual a explicação que Pierre dá sobre o ciberespaço comparando com a humanidade? O que é    ciberespaço?
Para Levy, o ciberespaço é o meio de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores,  neste tipo de comunicação não há a necessidade do homem físico para que a comunicação aconteça. Nele, a comunicação é a comunicação é coletiva, interativa, rápida e simultânea, permite a reciprocidade e se distingue de outras formas de comunicação por possuir tais características, além de reunir num único meio informacional, a informática a distância, o telefone, o correio, a imprensa, a edição de livros, de música, de vídeos, de jogos, a televisão, etc.

2-Qual o porquê da relação histórica tão profunda com o fenômeno tecnológico, atualmente?
É a tese do autor, ele analisa toda a revolução contemporânea em termos de comunicação como um processo evolutivo do homem, propiciado pela sua faculdade de linguagem e pela estrutura do cérebro humano, por sua plasticidade, por ser um orgão aberto. Dessa forma, o orgão fonador e as potencialidades do cérebro humano, possibilitaram ao homem o desenvolvimento da linguagem falada e posteriormente da línguagem escrita, que o levou a processos evolutivos impressionantes, ao armazenamento de informações, que evoluíram de acordo com as conquistas tecnológicas (da página de papel à página da Web, da escrita estática à escrita dinâmica, interconectada).
Levy, faz um apanhado da evolução histórico-antropológica do homem, caracterizando cada período com base nos processos de dispersão e concentração do homem. Ex: período paleolítico: o homem se dispersa, se distancia, o nômade vai de um lugar a outro em busca de alimento para a sua sobrevivência. No período neolítico o  homem se concentra, promove a união, acumula riqueza e informação. Nesse período há uma tendência a reunião, a comunicação interna entre os povos e isso se amplia cada vez mais com os avanços técnicos, os avanços nos meios de transporte e comunicação que recebem uma mútua influência nesse processo evolutivo. No mundo atual para Levy, há uma reconexão do homem, em que se ampliam a comunicação entre os povos. Por isso, ele estabeleçe essa relação tentando demonstrar que agora a humanidade forma novamente uma só sociedade.    
    
3-Pierre Lévy afirma que a sociedade sedentariza-se, concentra-se, multiplica-se, acumula            riquezas e registra signos, qual o sentido de “signos” nesta afirmação?
Isso é uma característica da humanidade, por isso, que ele utiliza a antropologia e a história para explicar o fenômeno atual, e o coloca como resultado de um processo histórico iniciado com os nômades (grupos que se deslocavam de um lugar à outro em busca de alimentação e que não tinham moradia fixa); e que continuou com a revolução neolítica que foi um movimento pré-histórico que marcou o fim dos povos nômades, com a criação de moradias fixas (construção de vilas e cidades) e que anunciou o processo de sedentarização (processo de fixação de grupos humanos nos espaços), este novo período é caracterizado pela criação da agricultura, da cidade, da escrita, do Estado. Por isso, que Levy fala que o ser humano sedentariza-se (fixa-se num local), concentra-se (criando as vilas e cidades e produzindo a organização social), multiplica-se (aumento da população local e criam-se novas organizações sociais desse tipo nos diversos espaços), acumula riquezas (pela produção, cultivo e criação de novas técnicas)  e registra signos (invenção da escrita, registra as conquistas, as descobertas, para informar aos seus pares). O sentido de signos aqui, se refere aos instrumentos psicológicos que nos auxiliam na nossa relação com o mundo (língua escrita) e que ampliam a nossa capacidade de memória, de comunicação, de armazenamento de informações.
Vivemos um tempo de relações, de relacionamento generalizado, propiciado pelo progresso das técnicas de comunicação (internet), vivemos o tempo das mensagens, das informações e da interatividade simultânea, propiciada pelo uso dos signos, que nessa nova realidade criam-se hipertextos, em que todos os textos se encontram num único espaço (a Web), por isso, ele afirma que há único texto – o texto humano.

4-Que relação Pierre Lévy faz entre centro, periferia e tecnologia?
Ele coloca as tecnologias de comunicação mais avançadas como o centro de poder no mundo atual. Faz isso se utilizando dos conceitos de centro e perfieria. Para ilustrar o que o autor quer explicar, tomemos como exemplo o conceito de centro e periferia referente às cidades de Dom Eliseu ou de Belém do Pará. O centro nessas cidades é o local em que tudo se concentra e acontece local que tem uma infraestrutura de comunicação e transporte adequadas, local em que podemos nos conectarà internet com facilidade e termos acesso a serviços (como hospitais, escolas mais próximas). A periferia de D. Eliseu ou de Belém do Pará possuem essas características? A mesma infraestrutura no que se refere a conexão, a contatos? Isso se estende também às relações entre Estados e entre Países. Por exemplo: no Brasil, os grandes centros estão localizados no eixo sul e sudeste, por serem mais desenvolvidos e o Norte do País é considerado periferia.
Quando ele usa a tecnologia para explicar o seu conceito de centro e periferia ele toma a TV e o Computador como exemplos. Tanto a TV quanto o computador são meios de comunicação, porém, a TV é mais passiva, ela não promove interação e nem o diálogo simultâneo, ou seja, ela mais limitada em seus recursos e alcance de comunicação, portanto é colocada como a periferia. Já o computador produz troca de informações simultânea, interatividade, além de promover o armazenamento e estocagem dessas informações, portanto é o centro, é mais poderoso quanto aos recursos de comunicação.
Para Levy, quem produz  domina as tecnologias de comunicação detém o poder, e isso é bem visível na atualidade. É por isso que o autor afirma que “ a densidade das comunicações e a redução do espaço prático tornam mais visíveis do que nunca as dominações e disparidades” (p. 41). O autor exemplifica esta afirmação demonstrando o poder dos Estados Unidos na guerra do Golfo.
Levy, ao relacionar centro, periferia e tecnologia, nos alerta para percebermos que “o processo de interconexão em curso reforça naturalmente a centralidade – logo o poder dos centros intelectuais, econômicos e políticos já estabelecidos” (p. 43). O centro é o poder, é quele que se caracteriza pela velocidade e diversidade de conexões e de trocas de informações. A periferia são os excluídos, aqueles que não têm acesso às tecnologias de comunicação e quando os tem são de maneira precária.

5-Qual o sentido de Tecnologias Intelectuais, segundo Pierre Lévy? E qual o sentido de                 pluralismo interconectado?
Atualmente há uma diversidade, uma pluralidade de informações e de grupos humanos em constante comunicação, em constante interação. É por isso, que Levy faz alusão ao termo pluralismo interconectada como ciberespaço, para explicar que num mesmo espaço de comunicação (internet), se fazem presente os produtos e profissionais das grandes indústrias de vídeo, TV, etc. Mas também, nesse espaço se fazem presente, os jornalistas alternativos, vídeos produzidos por amadores, por se realmente um espaço público de comunicação, em que todos podem publicar textos, mensagens, vídeos, música, caracterizando como um  de sujeitos, por nesse espaço se fazer presente pessoas de diferentes grupos  culturais que estão interagindo por meio da interconexão com o ciberespaço, além de possibilitar que as vozes de grupos minoritários sejam ouvidas.

6-Pierre Lévy afirma que só há virtualmente uma sociedade. Por quê?
Como a internet rompe barreiras de tempo e de espaço, possibilitando a comunicação entre diversos grupos sociais, culturais e étnicos de maneira simultânea, ela rompe com a visão de território demarcado, porque o seu espaço é um espaço desterritorializado e plural, aberto à todos. Nesse espaço interativo não há o território demarcado que limita o acesso dos povos, por isso, é um espaço não territorial, em que o seu acesso não é limitado pelas barreiras de fronteiras, formando virtualmente uma só sociedade.
 REFÊRENCIA

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pela visita.