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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Síntese - Epistemologias do Sul

 SANTOS, Boaventura de Sousa. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

O texto “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, de Boaventura remete-nos a teoria dos Sistemas Visíveis e Invisíveis. Ele traça uma linha imaginária radical – divisão do universo para entendermos este e o outro lado da linha. Este lado da linha é o certo, verdadeiro, real, epistemológico, o legal. O outro lado da linha é o errado, falto, irreal, o ilegal e o não epistemológico.
Uma das características principais entre os dois lados é que não existe dupla presença entre os lados. A modernidade é um paradigma fundado na tensão entre a regulação e emancipação social.
Nas sociedades metropolitanas, Boaventura aplica a dicotomia regulação/emancipação nas sociedades coloniais aplica-se a apropriação/violência.
Baseado nessas teorias de Boaventura, a dicotomia entre regulação/emancipação, apropriação/violência faz-se importante para a linha de pesquisa a qual pretendo desenvolver – Currículo, identidade e diferença cultural. Pensando nessa vertente, analisam-se as seguintes questões. Qual o poder de regular, impor, emancipar, fornecer modelos estabelecidos no currículo a ser ensinado e imposto à sociedade estudantil – acadêmica? Esse currículo, como deve ser construído? Acredita-se que esse currículo deve ser construído a partir das identidades e diferenças culturais.
Pensar a partir das identidades e diferenças culturais na construção do currículo é importante para discutirmos o processo de apropriação/violência. Entendermos até que ponto, o currículo imposto e estabelecido pelo modelo eurocêntrico veio apropriando-se de forma violenta e impondo modelos.
Portanto, o texto lido, discutido é fundamental para estabelecer a relação Currículo, identidade e diferença cultural, pois o autor permeia durante todo o discurso mostrando a importância das identidades, das culturas e relaciono-as com a construção do currículo para que de fato não exista apropriação de forma violenta, mas exista o discurso do Outro que está do outro lado da linha que tenha voz e vez, segundo Hugo Achugar em “Reflexões de um planeta sem boca” a voz e a vez dos marginalizados necessita ser ouvida.

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