SANTOS, Boaventura de
Sousa. Epistemologias do Sul. São
Paulo: Cortez, 2010.
O texto “Para além do pensamento
abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes”, de Boaventura
remete-nos a teoria dos Sistemas Visíveis e Invisíveis. Ele traça uma linha
imaginária radical – divisão do universo para entendermos este e o outro lado
da linha. Este lado da linha é o certo, verdadeiro, real, epistemológico, o
legal. O outro lado da linha é o errado, falto, irreal, o ilegal e o não
epistemológico.
Uma das características principais
entre os dois lados é que não existe dupla presença entre os lados. A
modernidade é um paradigma fundado na tensão entre a regulação e emancipação
social.
Nas sociedades metropolitanas,
Boaventura aplica a dicotomia regulação/emancipação nas sociedades coloniais aplica-se
a apropriação/violência.
Baseado nessas teorias de
Boaventura, a dicotomia entre regulação/emancipação, apropriação/violência
faz-se importante para a linha de pesquisa a qual pretendo desenvolver –
Currículo, identidade e diferença cultural. Pensando nessa vertente,
analisam-se as seguintes questões. Qual o poder de regular, impor, emancipar,
fornecer modelos estabelecidos no currículo a ser ensinado e imposto à
sociedade estudantil – acadêmica? Esse currículo, como deve ser construído?
Acredita-se que esse currículo deve ser construído a partir das identidades e
diferenças culturais.
Pensar a partir das identidades e
diferenças culturais na construção do currículo é importante para discutirmos o
processo de apropriação/violência. Entendermos até que ponto, o currículo
imposto e estabelecido pelo modelo eurocêntrico veio apropriando-se de forma
violenta e impondo modelos.
Portanto, o texto lido, discutido é
fundamental para estabelecer a relação Currículo, identidade e diferença
cultural, pois o autor permeia durante todo o discurso mostrando a importância
das identidades, das culturas e relaciono-as com a construção do currículo para
que de fato não exista apropriação de forma violenta, mas exista o discurso do
Outro que está do outro lado da linha que tenha voz e vez, segundo Hugo Achugar
em “Reflexões de um planeta sem boca” a voz e a vez dos marginalizados
necessita ser ouvida.
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