O FIM DAS
METANARRATIVAS: O PÓS-MODERNISMO
Falar de pós-modernismo, um movimento
intelectual que afirma as mudanças atuais as quais estamos vivendo, em uma nova
época, muito diferente dos movimentos passados, especialmente a anterior, a
Modernidade requer entender em boa parte os dois movimentos, pois o segundo vem
colocar crítica em relação ao primeiro, críticas essas, que merecem atenção
para entendermos um pouco mais sobre as novas formas de vidas, como o homem
pensa, age, articula o seu “novo” padrão de vida contemporânea.
A Pós-Modernidade tem seu inicia na
metade do século XX, com ênfase em oposição às regras cânones do classicismo na
literatura e nas artes. De alguma forma a não aceitação canônica e os
questionamentos na vida atual, ou seja, o porquê dessa estrutura densa,
“petrificada” e digamos não arranhável.
O centro do pensamento pós-moderno em
oposição ao modernismo está sobre as ideias de razão, ciência, racionalidade e
progresso. Ideias essas, indissolúveis e ligadas ao tipo de sociedade que se
desenvolveu a partir do século XX. Para desestruturar as ideias houve um embate
na epistemologia da Modernidade que tinha importantes implicações curriculares,
determinantes no modelo/padrão de vida.
Essas implicações curriculares estão
nas noções de educação, pedagogia e cultura. Já que a escola é um aparelho
ideológico do estado. A educação, ainda hoje, é uma instituição moderna por
excelência. Seu objetivo é moldar o cidadão racional, autônomo e democrático,
para alcançar o ideal moderno, isso através de currículo altamente estrutural,
linear, sequencial, estático, disciplinar, segmentado. E por base na
metanarrativas que “explicam e moldam” a sociedade.
O pós-modernismo desconfia
profundamente do pensamento moderno da estrutura e do funcionamento do universo
do mundo social. Questiona as noções de razão e de racionalidade que são
fundamentais para a perspectiva iluminista da Modernidade na busca de uma
sociedade perfeita, mas esse sonho iluminista levou a sociedade ao pesadelo
totalitário e burocrático organizados, instituindo assim, sistemas brutais e
cruéis de opressão e exploração, produzindo apenas sofrimento e infelicidade.
O pós-modernismo coloca também em
dúvida a noção de “progresso”. O que torna o ser humano em
certas características essenciais para a construção da vida em sociedade. Na visão
da Modernidade o sujeito racional, autônomo, livre, centrado e soberano. O
sujeito da Modernidade é unitário, segundo Descartes, sua existência coincide
com seu pensamento. E, ainda, segundo Stuart Hall, o sujeito é mentalmente
fragmentado, dividido. Enquanto que para o pós-modernismo o sujeito moderno é
uma ficção.
A relação entre currículo e o
pós-modernismo numa perspectiva crítica é desalojar a sua posição superior,
única, estável e coloca-lo numa posição defensiva. É lançar, posicionamentos e
questionamentos as formas dominantes de conhecimento pela pedagogia crítica. Na
emancipação e libertação da pedagogia crítica o pós-modernismo tornaria o
currículo, finalmente, crítico, emancipado e libertado. O pós-modernismo
assinala o fim da pedagogia critica e o começa da pedagogia pós-critica.
REFERÊNCIA
SILVA, Tomaz Tadeu da. O fim das metanarrativas: o pós-modernismo.
Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3 ed. 4,
reimp. Belo Horizonte, Autêntica Editora, p. 111-116. 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grato pela visita.