Começar este texto, me fez pensar em perguntas talvez “banais” ou clichês
dentro do campo educacional, como por exemplo: O que é currículo? Qual a função
dele? Contribui em quais aspectos? Fornece bases para o trabalho do professor
em sala de aula? Modifica, para melhor a vida dos alunos? Segundo Silva (1996,
p.23).
O currículo é um dos
locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder, representação e
domínio, discurso e regulação. É também no currículo que se condensam relações
de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades
sociais. Em suma, currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente
implicados. O currículo
corporifica relações sociais.
Muito
interessante e importante pensarmos um pouco sobre a história epistemológica do
Currículo, como campo de pesquisa, debates e contribuição para educação. Em
1918, um autor norte americano chamado Bobbitt escreveu um livro considerado o
marco do currículo. Apesar das ideias conservadoras voltadas para o sistema
educacional americano, houve uma transformação radical do sistema educacional a
tal ponto de comparar a escola como uma empresa comercial ou industrial no
sistema de Entrada x Processamento x Saída. Bobbitt tem pode base às ideias de
Frederick Taylor, “a educação deveria funcionar de acordo com os princípios da
administração científica” (SILVA, 2013, p.23).
Em
1902, Dewey, outro educador norte americano, preocupado com a construção da
democracia que com o funcionamento da economia, lança um livro chamado “The
child and curriculum”, onde ele achava importante levar em consideração, no
planejamento curricular, os interesses e as experiências das crianças e jovens.
(SILVA, 2013, p. 23). Pela visão de Bobbitt e Dewey, ambas muito diferenciadas,
mesmo assim, tentando ou valorizando o ensino e aprendizagem dentro do campo
educacional.
O
currículo deve contribuir com diversas formas possíveis dentro da educação. A
partir das perspectivas dos autores citados, no Brasil, década de 60, começa a
falar sobre currículo foco no pensador Paulo Freire. Por coincidência, também
nesse mesmo período surgem livros, pesquisas, debates que colocavam em
questionamento filosófico o pensamento estrutural da educação tradicional.
A
partir de então, pode-se perceber três modelos de currículos estruturados a partir
das pesquisas e debates: modelo tecnocrático, progressista e humanista. O tecnocrático
e o progressista destaca a abstração como algo inútil para a vida moderna e as
atividades trabalhistas, as quais eram privilegiadas pelo currículo clássico,
cuja avaliação se dava por tempo, agilidade e eficácia na realização das
atividades. E para chegar nesses objetivos a metodologia ou a didática era
posta através dos modelos de currículos orientados por Bobbitt e Tyler.
Mediante
a explanação que venho discorrendo, coloco os últimos pontos a cerca do
currículo, como algo que deve permear as atividades do professor, da escola, ou
seja, do sistema educacional, capaz de organizar contribuindo para um trabalho
de qualidade. O currículo deve ser planejado de acordo com a realidade local
com uma visão global e eficiente para contribuir e atingir os objetivos no
desenvolvimento social, cognitivo do público, os alunos.
REFERÊNCIAS
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais: as transformações na
política da
pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes,
1996.
___________ Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às
teorias do currículo. 3 ed. 4, reimp. Belo Horizonte, Autêntica Editora,
2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grato pela visita.