Páginas

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Síntese - Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política

DAS TEORIAS TRADICIONAIS ÀS TEORIAS CRÍTICAS.

Começar este texto, me fez pensar em perguntas talvez “banais” ou clichês dentro do campo educacional, como por exemplo: O que é currículo? Qual a função dele? Contribui em quais aspectos? Fornece bases para o trabalho do professor em sala de aula? Modifica, para melhor a vida dos alunos? Segundo Silva (1996, p.23).
O currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder, representação e domínio, discurso e regulação. É também no currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente
implicados. O currículo corporifica relações sociais.
            Muito interessante e importante pensarmos um pouco sobre a história epistemológica do Currículo, como campo de pesquisa, debates e contribuição para educação. Em 1918, um autor norte americano chamado Bobbitt escreveu um livro considerado o marco do currículo. Apesar das ideias conservadoras voltadas para o sistema educacional americano, houve uma transformação radical do sistema educacional a tal ponto de comparar a escola como uma empresa comercial ou industrial no sistema de Entrada x Processamento x Saída. Bobbitt tem pode base às ideias de Frederick Taylor, “a educação deveria funcionar de acordo com os princípios da administração científica” (SILVA, 2013, p.23).
            Em 1902, Dewey, outro educador norte americano, preocupado com a construção da democracia que com o funcionamento da economia, lança um livro chamado “The child and curriculum”, onde ele achava importante levar em consideração, no planejamento curricular, os interesses e as experiências das crianças e jovens. (SILVA, 2013, p. 23). Pela visão de Bobbitt e Dewey, ambas muito diferenciadas, mesmo assim, tentando ou valorizando o ensino e aprendizagem dentro do campo educacional.
            O currículo deve contribuir com diversas formas possíveis dentro da educação. A partir das perspectivas dos autores citados, no Brasil, década de 60, começa a falar sobre currículo foco no pensador Paulo Freire. Por coincidência, também nesse mesmo período surgem livros, pesquisas, debates que colocavam em questionamento filosófico o pensamento estrutural da educação tradicional.
            A partir de então, pode-se perceber três modelos de currículos estruturados a partir das pesquisas e debates: modelo tecnocrático, progressista e humanista. O tecnocrático e o progressista destaca a abstração como algo inútil para a vida moderna e as atividades trabalhistas, as quais eram privilegiadas pelo currículo clássico, cuja avaliação se dava por tempo, agilidade e eficácia na realização das atividades. E para chegar nesses objetivos a metodologia ou a didática era posta através dos modelos de currículos orientados por Bobbitt e Tyler.
            Mediante a explanação que venho discorrendo, coloco os últimos pontos a cerca do currículo, como algo que deve permear as atividades do professor, da escola, ou seja, do sistema educacional, capaz de organizar contribuindo para um trabalho de qualidade. O currículo deve ser planejado de acordo com a realidade local com uma visão global e eficiente para contribuir e atingir os objetivos no desenvolvimento social, cognitivo do público, os alunos.



REFERÊNCIAS

SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais: as transformações na política da
pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, 1996.

___________ Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3 ed. 4, reimp. Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pela visita.