Referência:
Article:
Developing Computational Thinking in Compulsory Education: Implications for
policy and practice.
Authors: Stefania Bocconi, Augusto Chioccariello, Giuliana
Dettori, Anusca Ferrari, Katja Engelhardt
European
Commission, Joint Research Centre
Por:
Fábio Correia de Rezende
RESENHA DO CAPÍTULO 03 - ENTENDENDO
O RACIOCÍNIO COMPUTACIONAL
É
notório saber sobre a utilização dos recursos e equipamentos tecnológicos. Seja
em casa, no trabalho, na rua, no lazer, na escola. Praticamente, em vários
lugares e momentos as pessoas utilizam variados recursos e equipamentos tecnológicos
para se comunicar, trabalhar, comprar, vender, pesquisar, estudar. São muitas
as atividades que podem ser enumeradas nesse contexto.
Com
a utilização dos vários recursos e equipamentos tecnológicos, o debate em torno
deles no campo educacional vem ganhando destaque. Ressalta-se na educação,
porque acredita-se que é no ambiente escolar onde as pessoas podem adquirir competências
e desenvolver habilidades. E uma delas vem ganhando destaque dentro das
literatura científica – o Raciocínio Computacional. A escola pode contribuir
para o desenvolvimento dessa habilidade.
Foi em 2006, quando Jeannette Wing, publicou um artigo e discorreu
sobre o raciocínio computacional. Segundo ela, "O pensamento computacional envolve a
resolução de problemas, a concepção de sistemas e a compreensão
do comportamento humano, baseado nos conceitos fundamentais da Ciência da Computação. Pensamento computacional inclui uma gama
de ferramentas mentais que refletem a
amplitude do campo da ciência da computação." Em 2011, ela reformulou o conceito, sendo: “O
pensamento computacional é o processo de pensamento envolvendo formulação de
problemas de modo que as soluções sejam apresentadas de uma forma efetivamente
realizada por um agente de processo de informação”.
O primeiro artigo de Wing influenciou
muitos pesquisadores na academia, educação, indústria e formadores políticos num
cenário internacional. E em 2010, o National Research Council (NRC) - Conselho Nacional
de Pesquisas Americana organizou um debate sobre o tema raciocínio computacional
e evidenciou-se a falta de consenso e definições básicas entre os pesquisadores
sobre o raciocínio computacional. Só para destacar, foi a partir desse debate
que em 2011 Wing reformulou o conceito dela sobre o assunto abordado.
Após o NRC muitos autores publicaram seus estudos e pesquisas
sobre o raciocínio computacional. Em muitos contextos o conceito é similar. Em outros,
se complementam e evidenciam sobre a veracidade das definições. Como exemplo,
temos: "Representa uma atitude universalmente
aplicável e conjunto de habilidades que todos, não apenas cientistas da
computação, estariam ansiosos para aprender e usar. E, o raciocínio computacional
é independente.
O raciocínio computacional não depende
da tecnologia. É uma forma específica de resolver problemas. As soluções dos
problemas podem ser realizadas por um humano e projetadas para um computador e
usadas por ambos.
A The Computer Science Teachers
Association and the International Society for Technology in Education (CSTA
& ISTE, 2009), desenvolveu uma definição operacional: O Pensamento
Computacional (TC) é um processo de resolução de problemas que inclui (mas não
se limita a) as seguintes características:
• Formulação de problemas de uma forma que nos
permita usar um computador e outras ferramentas para resolvê-los;
• Organização lógica e análise de
dados.
• Representação de dados através de
abstrações, como modelos e simulações; • Automatizar soluções através do
pensamento algorítmico (uma série de passos ordenados);
• Identificar, analisar e implementar
possíveis soluções com o objetivo de alcançar a combinação mais eficiente e
eficaz de etapas e recursos;
• Generalizar e transferir este
processo de resolução de problemas para uma grande variedade de problemas.
Em 2012, Definição da Royal Society em 2012. "O pensamento computacional é o
processo de reconhecer os aspectos da computação no mundo que nos rodeia e
aplicar ferramentas e técnicas da Ciência da Computação para entender e
raciocinar os sistemas e processos naturais e artificiais".
Em agosto de 2016, a CSTA divulgou os
Padrões de Ciência da Computação do CSTA K-12. Esta atualização aos padrões
CSTA existentes refere-se às definições de Wing's (2011) , e enfatiza os
aspectos de resolução de problemas, bem como abstração, automação e análise como
elementos distintivos do raciocínio computacional, assim: "Acreditamos que
o pensamento computacional é uma metodologia de resolução de problemas que
expande o domínio da informática em todas as disciplinas, proporcionando um
meio distinto de analisar e desenvolver soluções para problemas que podem ser
resolvidos computacionalmente. Com foco na abstração, automação e análise, o raciocínio
computacional é um elemento central da disciplina mais ampla da ciência da
computação”.
Com os estudos publicados a partir de
Wing e demais autores, há uma tendência a acreditar que o raciocínio computacional
contribui para os alunos - jovens, crianças e adolescentes – a pensarem de
maneira diferente enquanto estão aprendendo, na escola, a resolver problemas do
cotidiano a partir de uma outra perspectiva além da já existente no meio
educacional.
Pesquisadores,
como Kolodner sugere que o conjunto de habilidades do raciocínio computacional
pode ser utilizadas nas disciplinas curriculares da educação básica. Já para
Jan Lepeltak, o raciocínio computacional pode ser conectado com o ensino e
aprendizagem da linguagem, ou seja, saber falar com e sobre a tecnologia da
informação.
As habilidades estudadas pelos
pesquisadores, desde 2006, são: abstração, pensamento algoritmo, automação,
decomposição, depuração e generalização.