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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Avaliação de Artigo Científico


Este trabalho foi realizado na disciplina de Fundamento da Metodologia da Pesquisa Científica, no curso de mestrado em Ciência da Computação - UFBA, cujo objetivo foi avaliar um artigo científico.


PONTES, Adéle Malta. et al. Estudo do Impacto do Design e das Formas de Uso sobre a Recuperação de Informações em Fóruns de Discussão Online. VI Simpósio sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais. Mediando e Transformando o Cotidiano, UFPR, CEIHC—SBC. p. 69-80. Curitiba, 17 a 20 de outubro de 2004.

O artigo intitulado “Estudo do Impacto do Design e das Formas de Uso sobre a Recuperação de Informações em Fóruns de Discussão Online” aborda o papel do designer na elaboração de projetos para fóruns de discussão online. As decisões do designer durante a construção do projeto pode ou não contribuir para que os objetivos de um fórum sejam atingidos integralmente ou parcialmente. O nível de conhecimento e experiência do designer é importante para elaborar uma ferramenta que atenda as necessidade do público que irá utilizá-la.
O artigo ressalta se as ferramentas corroboram para facilitar aos usuários a recuperação de informações, porque o fórum é utilizado de forma assíncrona, ou seja, o usuário posta a atividade e em qualquer momento, outro usuário lerá as postagens e seguirá uma linearidade, e sistematicidade estabelecida pelo mediador do fórum. Portanto, as ferramentas construídas pelo designer devem contribuir para os usuários recuperarem as informações de forma eficiente no processo de debate, conforme estabelecido no fórum. E se o usuário ignorar ou burlar as ferramentas, os objetivos da discussão talvez não serão alcançados, assim impactando negativamente no processo de construção de conhecimentos sobre o determinado tema.
Analisou-se no artigo os seguintes pontos abaixo. Para cada ponto inferiu-se um nota de 0 (zero) a 4 (quatro), onde 0 é ruim, 1 é deficiente, 2 é regular, 3 é bom e 4 é ótimo. Através de uma aritmética simples, atribuiu-se uma nota.
O primeiro tópico analisado foi sobre a problemática.  O artigo não especifica claramente, é preciso realizar a leitura parcialmente do artigo para inferir sobre ela. Pelo título é possível realizar algumas abduções, mas não são suficientes para ter clareza. Assim, a problemática do assunto no artigo está associada aos alunos de graduações de uma universidade pública que utilizam em algumas aulas, fóruns de discussão online. E se essas discussões, realmente favorecem a aprendizagem sobre a temática discutida e como são utilizadas as opções de ferramentas proporcionadas aos usuários, ou seja, o usuário sabe utilizá-la? E se sabe, ele a usa? Assim, espera-se que os alunos se apropriem de todo o design para recuperar as informações e aprender algo sobre o tema discutido. Atribuiu-se média 3.
O segundo ponto está associado a organização, apresentação e clareza do texto. Atribuiu-se média 3. O artigo encontra-se organizado para o padrão exigido de acordo com o gênero textual. Inicia-se com o resumo – português e inglês. É observável no resumo a contemplação da contextualização embora muito fragmentada pois só informam que o estudo foi realizado em fórum de discussão online. Há uma ausência de GAP, ou seja, não informam sobre as lacunas em que a pesquisa pode contribuir. As informações sobre o GAP são inferidas pelo leitor. Deixam claro a proposta do artigo que é investigar como os usuários se apropriam das ferramentas disponíveis no design em fóruns online. A metodologia é um estudo de caso. A informação é nítida e clara. Pauta-se uma informação vaga sobre os resultados. Apenas dizem que ocorre negligência para a utilização das ferramentas por parte dos usuários, e essa acarreta impacto negativo sobre a recuperação de informações. Não deixam claro qual é o impacto negativo. Um ponto a qual os autores não mencionam é sobre a conclusão. O leitor só perceberá informações sobre as conclusões no final do artigo
Após a análise acima, o texto segue com a introdução. Os autores apresentam as bases teóricas. Citam a Engenharia Semiótica e a análise de conversação com base na linguística. Trazem nomes de autores como o da Clarisse de Souza e de Othon Garcia. Poderia ter mais autores para sustentar a base teórica. Em seguida fazem a contextualização da problemática e relatam sobre o problema. No entanto, para compreender o problema o leitor deve inferir, pois não está claro no texto. Há no texto uma abordagem na engenharia semiótica em contexto de groupware. Citam as ferramentas utilizadas no estudo de caso. Explicam o procedimento para a escolha dos participantes, mas não deixam claro os motivos da escolha. Trouxeram exemplos do fórum de discussão das duas ferramentas. Interessante que a análise pautou-se sobre cinco pontos. Cada ponto foi analisado com base na engenharia semiótica e na análise de conversação.
O terceiro tópico analisado está relacionado a contribuição e relevância cientifica abordada no artigo. Atribuiu-se nota 3. Os fóruns de discussão online são bastantes utilizados na internet e nos ambientes virtuais de aprendizagem pelas universidade públicas ou privadas e por órgãos que atuam no campo educacional. Portanto acredita-se que a relevância e contribuição científica do artigo ofereceu informações para os designers projetarem ferramentas de discussão online mais estruturadas. No entanto, não citam exemplos como podem ser as ferramentas para serem mais estruturadas.
Na metodologia, atribuiu-se média 3. Optaram em utilizar a abordagem metodológica de estudo de caso. Os objetos foram duas ferramentas. Ferramenta A: Espaço Conversação – EC. Ferramenta B: Espaço Decisão – ED. A ferramenta A é considerada fracamente estruturada e a B é fortemente estruturada com base no design, mas não apontaram argumentos justificando a classificação em fortemente ou fracamente estruturadas. Escolheram os participantes dos cursos de sistema de informação, ciência da computação, engenharia da computação para realizarem por três semanas uma discussão sistematizada no fórum sobre o tema Acessibilidade. O grupo utilizou a ferramenta A e outro a B. assim, coletaram os dados com base nos textos digitados pelos estudantes e analisaram as informações a partir da utilização das ferramentas sobre a recuperação das informações disponíveis em cada fórum.
No tópico Resultados, atribuiu-se nota 2. No artigo os autores informam os seguintes resultados “Nossos resultados mostram que os usuários podem burlar estruturas propostas e, com isto, comprometer o próprio propósito do emprego de tais estruturas. Ou seja, na medida em que burlam estas estruturas e apresentam informação específica num local desapropriado pela sistemática organizada no fórum, o usuário para executar a recuperação de informação computacionalmente eficiente não consegue porque não seguiu a sistematização no design”.  Porém não citam os motivos as quais levaram os alunos a burlarem as estruturas das ferramentas.  Faltou apontarem os resultados sobre a negligencia dos usuários sobre as ferramentas.
Na Fundamentação teórica, atribuiu-se nota 2. Houve pouca exploração sobre os conceitos teóricos e a relação com a estrutura do artigo, ou seja, os autores deram mais importância em relatar os procedimentos. Então os argumentos relacionados com a teoria foram “esquecidos”.  
Portanto, com base no pontos analisados o artigo obteve a média geral 3,2 classificado como Bom.


domingo, 23 de outubro de 2016

Plágio

Esta postagem refere-se a duas questões colocada pelo professor Ecivaldo Matos - UFBA, sobre a discussão de Plágio no ambiente acadêmico a qual ocorreu na disciplina de Fundamentos da Pesquisa em Ciência da Computação em outubro de 2016.
Que ações cotidianas no ambiente acadêmico podem ser configuradas (ou entendidas) como plágio? Justifique e ilustre sua resposta.
Primeiro, segundo o Dicionário Online de Português – DICIO, a palavra plágio vem do grego plágios.a.on cujo significado é “Ação ou efeito de plagiar”. Ainda no sentido jurídico, significa “Ação de apresentar alguma coisa (trabalho, livro, teoria etc.) como se esta fosse de sua própria autoria, embora tenha sido criada e/ou desenvolvida por outrem; plagiato”.  
Pela legislação brasileira a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, 2011) recomenda, com base em orientações do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que as instituições de ensino públicas e privadas brasileiras adotem políticas de conscientização e informação sobre a propriedade intelectual, adotando procedimentos específicos que visem coibir a prática do plágio quando da redação de teses, monografias, artigos e outros textos por parte de alunos e outros membros de suas comunidades.
O plágio é “a utilização de ideias ou formulações verbais, orais ou escritas, de outrem sem dar-lhe por elas, expressa e claramente, o devido crédito, de modo a gerar razoavelmente a percepção de que sejam ideias ou formulações de autoria própria”. (FAPESP, 2011)
A partir da compreensão sobre o plágio, como se configura a prática nos ambientes acadêmicos? Acredita-se que são inúmeros motivos, entre os quais, empiricamente, estão a falta de tempo para leituras, estudos e produções acadêmicas mais sistematizadas e com um nível de qualidade satisfatório. Muitas universidade não tem como monitorar a produção acadêmica de forma total. Os orientadores, por circunstancias políticas internas, orientam muitos alunos, além de sua capacidade física e estrutural. A falta de experiência dos alunos e as falhas na orientação podem contribuir para o plágio. Pelos motivos citados, a prática do plagio acaba sendo uma ação cotidiana no ambiente acadêmico.

Que ações você acredita que o Programa de Pós-graduação e/ou seu(sua) orientador(a) poderiam tomar para evitar ações como essas?

O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação - PGCOMP (a qual estou vinculado como aluno) poderia adotar as seguintes ações:
Priorizar discussões sobre a temática do Plágio nas disciplinas de metodologia cientifica (já ocorrendo). Promover seminários nessa temática e sobre ética profissional em atividades de ciência e tecnologia
Os orientadores terem a quantidade de orientandos cabíveis para priorizar orientações com qualidades, pois os alunos e professores terão condições de buscarem ferramentas para descobrirem se há plágio na produção do aluno porque há casos que a falta de experiência do aluno contribui para a prática do plágio.
Disciplinas específicas para produção de artigos científicos.


Referencias

CAPES. Orientações CAPES: combate ao plágio. Disponível em: https://www.capes.gov.br/images/stories/download/diversos/OrientacoesCapes_CombateAoPlagio.pdf. Acesso em: 23 out 2016.

FAPESP. Código de Boas Práticas Científicas. (Versão de 16/09/2011). Disponível em: <http://www.fapesp.br/boaspraticas/codigo_050911.pdf>. Acesso em: 23 out 2016.

DICIO, Dicionário Online de Português. Disponível em: https://www.dicio.com.br/plagio/. Acesso em 23 out 2016.