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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Referência:
Article: Developing Computational Thinking in Compulsory Education: Implications for policy and practice.
Authors: Stefania Bocconi, Augusto Chioccariello, Giuliana Dettori, Anusca Ferrari, Katja Engelhardt
European Commission, Joint Research Centre

Por: Fábio Correia de Rezende

RESENHA DO CAPÍTULO 03 - ENTENDENDO O RACIOCÍNIO COMPUTACIONAL

É notório saber sobre a utilização dos recursos e equipamentos tecnológicos. Seja em casa, no trabalho, na rua, no lazer, na escola. Praticamente, em vários lugares e momentos as pessoas utilizam variados recursos e equipamentos tecnológicos para se comunicar, trabalhar, comprar, vender, pesquisar, estudar. São muitas as atividades que podem ser enumeradas nesse contexto.
Com a utilização dos vários recursos e equipamentos tecnológicos, o debate em torno deles no campo educacional vem ganhando destaque. Ressalta-se na educação, porque acredita-se que é no ambiente escolar onde as pessoas podem adquirir competências e desenvolver habilidades. E uma delas vem ganhando destaque dentro das literatura científica – o Raciocínio Computacional. A escola pode contribuir para o desenvolvimento dessa habilidade.
            Foi em 2006, quando Jeannette Wing, publicou um artigo e discorreu sobre o raciocínio computacional. Segundo ela, "O pensamento computacional envolve a resolução de problemas, a concepção de sistemas e a compreensão do comportamento humano, baseado nos conceitos fundamentais da Ciência da Computação. Pensamento computacional inclui uma gama de ferramentas mentais que refletem a amplitude do campo da ciência da computação." Em 2011, ela reformulou o conceito, sendo: “O pensamento computacional é o processo de pensamento envolvendo formulação de problemas de modo que as soluções sejam apresentadas de uma forma efetivamente realizada por um agente de processo de informação”.
      O primeiro artigo de Wing influenciou muitos pesquisadores na academia, educação, indústria e formadores políticos num cenário internacional. E em 2010, o National Research Council (NRC) - Conselho Nacional de Pesquisas Americana organizou um debate sobre o tema raciocínio computacional e evidenciou-se a falta de consenso e definições básicas entre os pesquisadores sobre o raciocínio computacional. Só para destacar, foi a partir desse debate que em 2011 Wing reformulou o conceito dela sobre o assunto abordado.
Após o NRC muitos autores publicaram seus estudos e pesquisas sobre o raciocínio computacional. Em muitos contextos o conceito é similar. Em outros, se complementam e evidenciam sobre a veracidade das definições. Como exemplo, temos: "Representa uma atitude universalmente aplicável e conjunto de habilidades que todos, não apenas cientistas da computação, estariam ansiosos para aprender e usar. E, o raciocínio computacional é independente.
O raciocínio computacional não depende da tecnologia. É uma forma específica de resolver problemas. As soluções dos problemas podem ser realizadas por um humano e projetadas para um computador e usadas por ambos.
A The Computer Science Teachers Association and the International Society for Technology in Education (CSTA & ISTE, 2009), desenvolveu uma definição operacional: O Pensamento Computacional (TC) é um processo de resolução de problemas que inclui (mas não se limita a) as seguintes características:
 • Formulação de problemas de uma forma que nos permita usar um computador e outras ferramentas para resolvê-los;
• Organização lógica e análise de dados.
 • Representação de dados através de abstrações, como modelos e simulações; • Automatizar soluções através do pensamento algorítmico (uma série de passos ordenados);
 • Identificar, analisar e implementar possíveis soluções com o objetivo de alcançar a combinação mais eficiente e eficaz de etapas e recursos;
• Generalizar e transferir este processo de resolução de problemas para uma grande variedade de problemas.
      Em 2012, Definição da Royal Society  em 2012. "O pensamento computacional é o processo de reconhecer os aspectos da computação no mundo que nos rodeia e aplicar ferramentas e técnicas da Ciência da Computação para entender e raciocinar os sistemas e processos naturais e artificiais".
Em agosto de 2016, a CSTA divulgou os Padrões de Ciência da Computação do CSTA K-12. Esta atualização aos padrões CSTA existentes refere-se às definições de Wing's (2011) , e enfatiza os aspectos de resolução de problemas, bem como abstração, automação e análise como elementos distintivos do raciocínio computacional, assim: "Acreditamos que o pensamento computacional é uma metodologia de resolução de problemas que expande o domínio da informática em todas as disciplinas, proporcionando um meio distinto de analisar e desenvolver soluções para problemas que podem ser resolvidos computacionalmente. Com foco na abstração, automação e análise, o raciocínio computacional é um elemento central da disciplina mais ampla da ciência da computação”.
Com os estudos publicados a partir de Wing e demais autores, há uma tendência a acreditar que o raciocínio computacional contribui para os alunos - jovens, crianças e adolescentes – a pensarem de maneira diferente enquanto estão aprendendo, na escola, a resolver problemas do cotidiano a partir de uma outra perspectiva além da já existente no meio educacional.
            Pesquisadores, como Kolodner sugere que o conjunto de habilidades do raciocínio computacional pode ser utilizadas nas disciplinas curriculares da educação básica. Já para Jan Lepeltak, o raciocínio computacional pode ser conectado com o ensino e aprendizagem da linguagem, ou seja, saber falar com e sobre a tecnologia da informação.
As habilidades estudadas pelos pesquisadores, desde 2006, são: abstração, pensamento algoritmo, automação, decomposição, depuração e generalização.